Os cientistas dos Açores estão consternados, Ricardo Serrão Santos director do Departamento de Oceanografia e Pescas à entrada para uma reunião em Lisboa nem quis comentar esta perda do submarino autónomo não tripulado LUSO.
Para já, garantiu que o trabalho que estava destinado pelo DOP a este submarino autónomo mantém-se.
O ROV “Luso” é uma peça de alta tecnologia com um custo de 600 mil euros que está no fundo do mar, a cerca de 600 metros de profundidade, junto às ilhas Selvagens, ao largo da ilha da Madeira.
Manuel Pinto de Abreu da estrutura de missão para o alargamento da plataforma continental é o chefe da expedição, explicou á única estação que está embarcada do navio Gago Coutinho , a SIC, que “o sistema de segurança comporta uma junta metálica, que faz o suporte junto ao cordão umbilical, esse é o primeiro que deve ter tido o colapso, depois há dois sistemas de suspensão, o Chinise fingher, é uma malha de aço entrelaçada que quando está sob tensão aperta o cordão umbilical. Nós usávamos no ROV alem do sistema de suspensão mais dois sistemas de segurança e colapsaram todos".
Manuel pinto de Abreu conclui: "algo de estranho se passou porque as duas seguranças que tínhamos e não é comum essas duas seguranças também não aguentaram o ROV. Agora quando for recuperado iremos ver o que se passou".
Neste momento os cientistas portugueses esperam recuperar o LUSO.
Manuel Pinto de Abreu afirma que a estrutura de missão para o alargamento da plataforma continental “já começou á procura de outros ROVs para poderem ser deslocados para a área. Estamos a tentar arranjar tão depressa quanto possível, esperamos que dentro de três quatro dias um ROV esteja a caminho da Madeira".
Sobre a missão disse: “conto continuar a missão, não aqui já nas Selvagens, mas o resto da campanha que estava prevista para este ano, espero continua-la".
O navio Gago Coutinho receberá a bordo, no Funchal, um novo submarino de forma a resgatar o LUSO do fundo do mar. A profundidade não é muita e está acessível a outros submarinos autónomos.
80 cientistas estavam a realizar uma expedição cientifica às ilhas Selvagens onde faziam a batimetria do fundo oceânico e a recolher dados sobre a biodiversidade naquela zona protegida do mar da Madeira.
O contrato para aquisição do ROV ocorreu em 29 de Fevereiro de 2008
Desde essa altura que Portugal passou assim a dispor de um meio que permite chegar praticamente a todos os cantos do fundo submarino de soberania nacional (incluindo a plataforma continental em toda a sua extensão) e alcançar cerca de 97% de todos os fundos oceânicos.
Da mesma classe de profundidade do ROV português (6000m) existem, actualmente, mais sete em todo o mundo.
Este veículo foi instalado a bordo do navio "Almirante Gago Coutinho".
De inicio receberam formação de pilotagem 12 pessoas. São professores, investigadores e alunos de diversas universidades, laboratórios e empresas nacionais, entre os quais se destacam a Universidade de Évora, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Informação técnica sobre o ROV:
· Modelo: Argus Bathysaurus XL 6000msw
Dimensões: 2.1mx1.6mx1.8m (comprimento x largura x altura)
Peso: 2200kg
Velocidade: Av/Ar +3 nós; vert 1.8 nós
Carga Trabalho: Configurável; típica 195kg.
Sensores: DVL (Data Velocity Logger) Dopler; Colhedor de Amostras de Água; Colhedor de Amostras de Rocha; Serra craniana 50mmx500mm de Rocha; Sensor Metano; CTD; Aspirador Biológico.
Luís Branco
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