14/06/2010 | |
Começa a faina no Creoula | |
Diana Catarino | |
Das 90 pessoas que estão a bordo do Creoula, algumas ainda não se habituaram à mão do mar que balança o navio rumo às Selvagens, a um dia de distância. Apesar disso, ninguém enjoou e as tarefas a bordo são realizadas por todos, guarnição e instruendos. | |
A alvorada apita-se às sete da manhã, sendo que durante hora e meia abre o refeitório para a primeira refeição do dia. Às oito e meia, é hora de içar seis das doze velas que compõem o lugre: todos estão munidos de luvas e, enquanto uns puxam as cordas necessárias para que o guincho possa içar as velas, outros vão arrumando as cordas que se encontram no chão do convés. Hoje, excepcionalmente, as limpezas serão feitas à tarde. Todos entram no sistema de grupos de trabalho, os chamados quartos, turnos de quatro horas que são realizados em sítios tão diferentes como a cozinha, o leme ou a vigia. Na proa, já ocuparam as posições os ornitólogos que vieram estudar as aves marinhas. Munidos de um GPS, registam a observação em intervalos de cinco minutos, sendo que a esta altura já se avistam as famosas cagarras (ou cagarros) e os calcamares, assim denominados devido à impulsão que dão com as patas na superfície marítima, utilizando as asas como planadores. À hora de almoço, não estivéssemos nós no mar, é servido caril de lulas com arroz e uma sopa de legumes, já que é muito importante percorrer todos os géneros alimentícios durante uma missão, ajudando à boa forma física e ao moral dos embarcadiços. Depois das limpezas, o turno que me coube em sorte leva-me até à cozinha, onde é preparada uma jardineira onde nem sequer faltam os enchidos para dar cor ao prato. Depois, hora de recolher as velhas, já que o navio só poderá fundear de manhã e bastará navegar a três nós. |
15 de junho de 2010
Planeta Azul
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