28 de junho de 2010

RTP


Os cientistas dos Açores estão consternados com a perda do submarino LUSO

2010-06-28

Os cientistas dos Açores estão consternados com a perda do submarino LUSO

Aguardam com expectativa a operação de resgate que vai começar dentro de dias


Os cientistas dos Açores estão consternados, Ricardo Serrão Santos director do Departamento de Oceanografia e Pescas à entrada para uma reunião em Lisboa nem quis comentar esta perda do submarino autónomo não tripulado LUSO.
Para já, garantiu que o trabalho que estava destinado pelo DOP a este submarino autónomo mantém-se.
O ROV “Luso” é uma peça de alta tecnologia com um custo de 600 mil euros que está no fundo do mar, a cerca de 600 metros de profundidade, junto às ilhas Selvagens, ao largo da ilha da Madeira.
Manuel Pinto de Abreu da estrutura de missão para o alargamento da plataforma continental é o chefe da expedição, explicou á única estação que está embarcada do navio Gago Coutinho , a SIC, que “o sistema de segurança comporta uma junta metálica, que faz o suporte junto ao cordão umbilical, esse é o primeiro que deve ter tido o colapso, depois há dois sistemas de suspensão, o Chinise fingher,  é uma malha de aço entrelaçada que quando está sob tensão aperta o cordão umbilical. Nós usávamos no ROV alem do sistema de suspensão mais dois sistemas de segurança e colapsaram todos".
Manuel pinto de Abreu conclui: "algo de estranho se passou porque as duas seguranças que tínhamos e não é comum essas duas seguranças  também não aguentaram o ROV. Agora quando for recuperado iremos ver o que se passou".
Neste momento os cientistas portugueses esperam recuperar o LUSO.
Manuel Pinto de Abreu afirma que a estrutura de missão para o alargamento da plataforma continental “já começou á procura de outros ROVs para poderem ser deslocados para a área. Estamos a tentar arranjar tão depressa quanto possível, esperamos que dentro de três quatro dias um ROV esteja a caminho da Madeira".
Sobre a missão disse: “conto continuar a missão, não aqui já nas Selvagens, mas o resto da campanha que estava prevista para este ano, espero continua-la".
O navio Gago Coutinho receberá a bordo, no Funchal, um novo submarino de forma a resgatar o LUSO do fundo do mar.  A profundidade não é muita e está acessível a outros submarinos autónomos.
80 cientistas estavam a realizar uma expedição cientifica às ilhas Selvagens onde faziam a batimetria do fundo oceânico e a  recolher dados sobre a biodiversidade naquela zona protegida do mar da Madeira.
O contrato para aquisição do ROV ocorreu em 29 de Fevereiro de 2008
Desde  essa altura que Portugal passou assim a dispor de um meio que permite chegar praticamente a todos os cantos do fundo submarino de soberania nacional (incluindo a plataforma continental em toda a sua extensão)  e alcançar cerca de 97% de todos os fundos oceânicos.
Da mesma classe de profundidade do ROV português (6000m)  existem, actualmente, mais sete em todo o mundo. 
   
Este veículo foi instalado a bordo do  navio "Almirante Gago Coutinho".

De inicio receberam formação de pilotagem 12 pessoas.  São professores, investigadores e alunos de diversas universidades, laboratórios e empresas nacionais, entre os quais se destacam a Universidade de Évora, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
 
Informação técnica sobre o ROV:

· Modelo: Argus Bathysaurus XL 6000msw
Dimensões: 2.1mx1.6mx1.8m (comprimento x largura x altura) 
Peso: 2200kg 
Velocidade: Av/Ar +3 nós; vert 1.8 nós 
Carga Trabalho: Configurável; típica 195kg.
 
Sensores: DVL (Data Velocity Logger) Dopler; Colhedor de Amostras de Água; Colhedor de Amostras de Rocha; Serra craniana 50mmx500mm de Rocha; Sensor Metano; CTD; Aspirador Biológico.


Luís Branco

Portal Ambiente


Expedição às Selvagens

Quem zela pela segurança da Selvagem Pequena?

2010-06-27


Encontrámo-los na Selvagem Pequena, na pequena cabana de madeira que lhes serve de residência durante três semanas por mês. Ricardo Cabral e Sandro Correia são dois dos vigilantes do Parque Natural da Madeira que trabalham em permanência nas Selvagens.
Nesta ilha de 22 hectares, o sossego e o convívio directo com a natureza são as principais razões que os levam a querer permanecer por cá. Sandro Correia, por exemplo, já trabalha na ilha há nove anos: «Trabalhar aqui é uma satisfação, porque é das poucas ilhas no mundo que se conserva em estado natural, sem introdução de outro tipo de espécies que não as endémicas.
Os inconvenientes, dizem, passam pelas saudades da família, apesar de já estarem habituados a estar longos períodos longe de tudo. «É uma questão de hábito», desdramatiza Ricardo Cabral, encolhendo os ombros.
O dia-a-dia, aqui, passa devagar, entre as tarefas de vigia e as outras que são comuns a qualquer outra habitação. Devido à longa distância que os separa do Funchal, e para não ferir a paisagem, a energia existente na ilha é fornecida por quatro painéis solares, que alimentam as baterias. Já a refrigeração é feita com recurso a gás.
 «Não há gastos desnecessários de qualquer tipo de energia. Conseguimos ter práticas sustentáveis, como a separação de resíduos, que são depois encaminhados para a estação de tratamento do Funchal», afiançam.
Apesar de ser necessária uma autorização do Parque Natural da Madeira para desembarcar nas ilhas, consideradas reserva natural, muita gente vem visitar estas ilhas, especialmente no verão. Principalmente os proprietários de barcos que seguem rumo às Canárias, Brasil e África.
Há também bastantes pescadores e caçadores furtivos a tentar desembarcar na ilha, o que torna o trabalho dos vigias tão importante. Quando assim é, os funcionários do parque contactam a Selvagem Grande, que por sua vez contacta a patrulha que virá tomar conta da ocorrência, se for caso disso.
Autor / Fonte
Diana Catarino

Portal Ambiente


Limpeza à Selvagem Pequena mobiliza cientistas

2010-06-27

Apesar de as ilhas Selvagens não serem habitadas, dão à costa inúmeros resíduos trazidos pela maré. Os pedaços de plástico e de vidro encontram-se um pouco por toda a ilha, na zona da costa e deixam uma impressão artificialmente colorida, contrastando com o castanho da ilha.
Para além dos resíduos que o mar traz, há também os destroços de um antigo petroleiro e um pedaço de um mastro de um navio, que fazem lembrar uma ilha do imaginário da caça ao tesouro.
Os investigadores parceiros da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) decidiram dar uma ajuda aos vigilantes, na limpeza da costa. Munidos de sacos do lixo, cerca de uma dezena esquadrinhou as praias, tentando apanhar o máximo de resíduos possível.
A prioridade é a apanhar o plástico, e vê-se de tudo: desde molas partidas a bocados de tubos, os sacos são rapidamente enchidos e formam uma grande montanha no meio da ilha. Depois, virá o barco patrulha recolher os resíduos para os levar para o Funchal, aproveitando a rendição dos vigilantes.  
Autor / Fonte
Diana Catarino

As fotos de JoséSena Goulão

Ilhas Selvagens

24 Junho 2010
Visita às Ilhas Selvagens, no Arquipélago da Madeira, onde uma equipa de jovens biólogos se encontra a fazer diversos estudos sobre espécies terrestres e marítimas que ali habitam

26 de junho de 2010

Diário de Notícias


Força Aérea assinala 58º aniversário na Madeira


A comemorar 58 anos de existência a Força Aérea Portuguesa vai assinalar o seu aniversário pela primeira vez na Madeira.
São várias as actividades e iniciativas no âmbito das comemorações, que arrancam dia 26 de Junho e terminam a 4 de Julho.
Do programa constam o lançamento de um livro sobre a aviação na Madeira, a inauguração de dois monumentos, um no Funchal e outro nas Selvagens, uma exposição estática no Aeroporto da Madeira e demonstrações da patrulha acrobática 'Rotores de Portugal' em Câmara de Lobos, Porto Santo e no Aeroporto da Madeira.
Na Escola Secundária Francisco Franco vai estar patente uma exposição temática.
Estão agendados concertos na Calheta e no Porto Santo, bem como o concerto oficial da Banda da Força Aérea acompanhada pela artista madeirense Vânia Fernandes no Centro de Congressos da Madeira.
Além das cerimónias militares, baptismos de voo e passatempos, na tarde do dia 3 de Julho a baía do Funchal acolhe um festival aéreo.

Jornal da Madeira

Força Aérea celebra 58º aniversário da Madeira
Monumento comemorativo
A Força Aérea Portuguesa celebrará, a partir de hoje e até 4 de Julho, na Região Autónoma da Madeira, o seu 58º Aniversário. 
O arranque destas comemorações terá lugar hoje, pelas 15.00 horas, no salão nobre do Governo Regional da Madeira, onde será realizado o lançamento do livro “A Aviação na Madeira”. 
Às 16H00, na Praça da Autonomia, no Funchal, será inaugurado, com a presença de Alberto João Jardim, um monumento alusivo ao 58º Aniversário da Força Aérea com o sobrevoo de aeronaves. 
Seguidamente, pelas 16H30, na Praça do Município, a Banda de Música da Força Aérea (BMFA) realizará uma Tattoo Militar. Pelas 17H00, na Escola Secundária Francisco Franco, abrirá portas a Exposição Temática, com mostra de actividades e apresentação de meios operacionais, que estará patente ao público até às 23H00 do dia 4 de Julho. 
Amanhã, entre as 11H00 e as 17H00, o Aeroporto da Madeira receberá uma exposição estática de aeronaves, com meios aéreos das Esquadras da Força Aérea. A encerrar este evento, pelas 17H30, será realizada uma demonstração da Patrulha Acrobática da Força Aérea, Rotores de Portugal. Pelas 21H30, a BMFA dará um Concerto no Centro Cultural e de Congressos de Porto Santo. 
No dia 28 de Junho, às 17H00, os Rotores de Portugal efectuam nova demonstração em Câmara de Lobos e às 21H30, no Centro das Artes – Casa das Mudas, na Calheta, a BMFA dará mais um Concerto repetindo a actuação no dia 30, à mesma hora, no Parque de Santa Catarina, no Funchal. 
No dia 1 de Julho, pelas 15H00, a ilha de Porto Santo recebe a demonstração dos Rotores de Portugal e no dia 2, às 22H00, será realizado o Concerto Oficial pela BMFA com a participação da cantora Vânia Fernandes no Auditório do Casino do Funchal. 
No dia 3 de Julho, pelas 09H30, será celebrada a Missa de Acção de Graças na Igreja do Colégio, no Funchal. Às 11H30, na Avenida do Mar, terá início a Cerimónia Militar que findará com os desfiles das Forças em Parada e das aeronaves da Força Aérea. Pelas 16H30, será realizado, na Baía do Funchal, um Festival Aéreo com a presença de cerca de 40 aeronaves da Força Aérea. 
No dia 4 de Julho, às 11H00, nas Ilhas Selvagens, será implantada uma Placa alusiva à presença da Força Aérea no ponto mais a Sul de Portugal. 
Também entre os dias 27 de Junho e 4 de Julho serão proporcionados Baptismos de Voo nas aeronaves C-295 e ALIII.
Estes eventos têm como objectivo divulgar a temática aeronáutica, as actividades, a capacidade técnica e a competência profissional do pessoal da Força Aérea junto da população em geral e da juventude em particular, promovendo e fortalecendo a coesão e o espírito de corpo entre todos os participantes, bem como exercitar as capacidades de planeamento, comando, controlo e execução dos diversos órgãos envolvidos.

25 de junho de 2010

Reportagem da SIC sobre o ROV Luso "afundado"

Planeta Azul online


25/06/2010
Escolas vão receber vídeos didácticos com imagens do ROV
Diana Catarino
Uma semana depois do início da expedição da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), o chefe de missão, Manuel Pinto de Abreu, faz um balanço positivo do trabalho dos três navios.
Depois de terminado este que foi o primeiro mergulho da missão do ROV Luso, que balanço faz desta primeira semana de missão?
Está a correr muito bem, muito melhor do que o ano passado. Isto mostra que começa a haver um desenvolvimento cada vez maior, assim como o dominar da tecnologia. O ano passado mergulhámos 10 vezes até ter o ROV Luso completamente afinado, desta vez conseguimo-lo ao quarto mergulho.
Hoje foi um mergulho normal, com algumas peripécias que aconteceram por razões naturais: o fundo acidentado, uma rede de pesca, uma linha…Bom, tudo aquilo que podia ter acontecido de mau, aconteceu, e felizmente conseguimos resolver tudo. As manobras de emergência correram muito bem e o equipamento está a trabalhar muito bem.

Quantas pessoas são necessárias para que o ROV possa mergulhar?
Para a largada do aparelho precisamos de um homem no guincho e alguém na retaguarda, três a segurar no cabo umbilical, para controlar os primeiros momentos de largada e mais três na cabine de controlo. Depois de o ROV estar dentro de água, precisamos de um homem no exterior e outro a zelar por ele, mais dois dentro da cabine de controlo e o chefe da missão.

Quanto tempo dura um mergulho do aparelho?
São mergulhos demorados, e depende muito do tipo de fundo. Neste mergulho, por exemplo, a partir de determinada altura saímos daquela base de areia, e passámos para uma zona bastante rochosa, É preciso ter muito cuidado com o umbilical. Quando estamos a recolher as amostras temos de colocar o ROV no fundo e ter muito cuidado, tentando estabilizá-lo muito devagar.

Para que servirão as imagens captadas pelo ROV Luso?
Estas imagens vão ser preparadas com o objectivo de uma posterior análise científica, estando disponíveis para qualquer cientista ou instituição, podendo servir para investigações futuras. Para além disso, estamos a ver se conseguimos fazer um conjunto de vídeos didácticos e pedagógicos para poder distribuir nas escolas e universidades de Portugal.

Ambiente Online


«Parte do nosso sustento depende da diversidade marinha»

2010-06-25
Qual a importância desta expedição da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) para Portugal?
Em primeiro lugar, assinala a biodiversidade marinha como importante para Portugal, não só porque estamos no Ano Internacional da Biodiversidade. É porque, de facto, não temos só extensão, mas muita diversidade no meio marinho, e é dela que depende uma parte do nosso sustento, nomeadamente das pescas. Isso é assinalado no contexto de um projecto em curso, que visa juntar e sistematizar num sistema de informação todos os dados científicos sobre biodiversidade marinha, hoje dispersa numa infinidade de meios, de sistemas universitários e institutos de investigação. Por outro lado, e talvez seja o aspecto que me parece mais importante, é a oportunidade de juntar aqui mais de 30 instituições universitárias e académicas num trabalho conjunto, o que quebra barreiras entre essas instituições e facilita a colaboração.
A expedição irá ajudar Portugal a marcar pontos junto da ONU, na sua candidatura à extensão da plataforma continental?
Nessa frente, esta missão traz dois contributos: um deles é, desde logo, tantos investigadores ao mesmo tempo a procurar novos dados, o que traz nova informação sobre a fauna e a flora das Selvagens. Mas era preciso fazer um ensaio de campo do projecto M@rbis, que já está hoje carregado com muita informação, o que permite fazer predições do que vamos encontrar. Era preciso ir testar ao terreno, verificar isso.
A sua especialidade, dentro da biologia, prende-se com répteis e anfíbios. Já cá tinha estado, nas ilhas?
Comecei o meu percurso em biologia marinha em uma missão, precisamente chamada Selvagens 84, com o professor Luís Saldanha, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em colaboração com a Marinha. As águas das Selvagens continuam límpidas e ricas como então.
 Vai ter oportunidade de visitar a ilha. Quais as espécies que tem mais interesse em reencontrar?
Quando cá estive, há 26 anos, andava à procura da osga das Selvagens, que é uma espécie que só existe aqui. Consegui encontrar, depois de muito procurar na zona mais alta, do farol. Já a lagartixa, era muito abundante. Como houve nas Selvagens um fenómeno muito interessante, através da erradicação do coelho e do rato - espécies que haviam sido introduzidas- , tenho muito interesse em verificar se a vegetação começa a recuperar e, por outro lado, se a própria distribuição da osga se tem repartido um pouco mais.

Ambiente Online


«Não há grande diversidade de peixe nas Selvagens»

2010-06-25
Apesar da pouca pressão humana e ao contrário do que se poderia pensar, as águas das Selvagens não são prolíficas em espécies de peixes. Quem o diz é Nuno Rodrigues, que faz parte da equipa dos etiólogos que integram a expedição às ilhas Selvagens.
O trabalho da equipa é feito no subtidal, ou seja, desde a linha da superfície até 30 a 40 metros de profundidade. «O meu trabalho aqui reside essencialmente na avaliação das espécies de peixe que por cá existem, os tamanhos, no fundo, caracterizar a biodiversidade etiológica que existe nas Selvagens», adianta o investigador.
A conclusão do grupo, depois de uma semana de mergulhos, é a de que a biodiversidade nas águas em redor das ilhas não é imensa, apesar de ser uma zona isolada e com pouca pressão antropogénica. Ainda assim, podem-se encontrar bodiões, castanhetas e peixes maiores, como o mero ou o peixe-cão.
«São águas no meio do oceano, pobres em nutrientes e o que se verifica é que as espécies que aqui residem não são assim tantas. Os mergulhos ao fim de algum tempo acabam por não trazer nada de novo, a informação vai sendo um bocadinho repetitiva», reafirma.
Em terra, Nuno Rodrigues faz parte do Sea Life, no Porto, um aquário que abriu há cerca de um ano. «Faço parte da equipa de biólogos que asseguram o bem-estar animal, desde a preparação das alimentações à manutenção de equipamentos vários, limpezas gerais dos tanques e procedimentos veterinários básicos. Temos superado largamente as expectativas em número de visitantes», remata.
Autor / Fonte
Diana Catarino

Jornal i e Agência Lusa

Cientistas procuram "alargar" mar português descobrindo novas espécies nas ilhas Selvagens

por Agência Lusa, Publicado em 25 de Junho de 2010 
Ilhas Selvagens - Madeira
Ilhas Selvagens - Madeira
No sítio mais ao Sul de Portugal, as ilhas Selvagenscientistas portugueses eestrangeiros, apoiados pela Marinha, procuram descobrir os segredos da fauna, flora e geologia marítimas, num esforço para conseguir aumentar o mar português.
expedição da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental(EMEPC) está junto à reserva natural das Ilhas Selvagens, na Região Autónoma da Madeira, desde 10 de Junho e já recolheu cerca de 500 espécies, algumas das quais nunca antes descobertas.
O objetivo é dar a Portugal argumentos para conseguir a extensão da sua plataforma continental para além das 200 milhas náuticas e para candidatar as Selvagens a património natural da Humanidade.
Em visita à expedição, o secretário de Estado da Defesa Nacional e Assuntos do Mar,Marcos Perestrello, afirmou aos jornalistas que se trata de um “projeto importante” para “aprofundar o conhecimento que temos dos nossos recursos marinhos e demonstrar a capacidade de nos responsabilizarmos pela gestão de uma plataforma continental estendida”.
“É este conhecimento que nos permitirá saber o tipo de aproveitamento que podemos tirar da tecnologia, as potencialidades na produção de cosméticos ou produtos médicos efarmacêuticos, que nos permite saber que tipo de energias podemos retirar dos nossos mares, eólicas, ondas, e eventualmente energias convencionais que existam na área sob nossa jurisdição”.
Composta por uma equipa de cerca de 200 pessoas, a expedição está fundeada junto à ilha Selvagem Grande e distribui-se pelo navio de treino de mar Creoula, o navio hidrográfico Gago Coutinho, o balizador Schultz Xavier e a caravela Vera Cruz.
A bordo do Creoula, os biólogos analisam as amostras de animais, plantas e água recolhidas em seis rondas de mergulho diárias.
Vividos com entusiasmo pelos cientistas, os mergulhos colocam-nos frente a frente com esponjas, jardins de coral, peixes de águas frias e de águas quentes e, num dos momentos mais emocionantes desde que a expedição chegou às selvagens, até um tubarão martelo.
Cerca de cinquenta espécies foram já identificadas, de um total de 500 amostras, duzentas das quais através do robô subaquático do Gago Coutinho, que apesar de uma avaria, já mostrou assim o seu valor.
O aparelho, que fornece imagens em alta definição do fundo do mar e permite a recolha de amostras a centenas de metros de profundidade, teve uma avaria num cabo de fibra ótica que o liga ao navio e acabou por ficar parado no fundo do mar.
A solução, que já vem a caminho desde a Noruega, é um aparelho semelhante que permita resgatar o “Luso” e permitir voltar ao trabalho.
Para além da extensão da plataforma continental, o levantamento das espécies nas águas das Selvagens visa sustentar a candidatura da área a património natural da Humanidade.
O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, afirmou que a reserva natural das ilhas, criada em 1971, dá exemplos de “um trabalho muito notável a nível nacional e mesmo mundial” na preservação da biodiversidade, como mostra a campanha bem sucedida de erradicação de pragasde ratos e coelhos.
Até ao fim do mês, a equipa vai continuar a passar os dias nas águas límpidas do Atlântico, partilhando o dia a dia com as criaturas do fundo do mar e as cagarras, as aves marinhas que povoam a Selvagem Grande.

24 de junho de 2010

Portal Ambiente


ROV Luso no fundo do mar

2010-06-24
 
Parece cliché, mas a verdade é que, também no meio científico, a tecnologia nos prega partidas. Depois de alguns mergulhos de teste para afinar o ROV Luso, tudo parecia ir bem.  A equipa é grande e é liderada por um escocês, perito na tecnologia dos ROV, um aparelho extremamente sensível e caro e que necessita de muitas horas de dedicação.
Primeiro, há que ligar os estabilizadores do NRP Gago Coutinho. Depois, começa a operação de mergulho do ROV Luso, que precisa de cerca de oito pessoas para conseguir levar a cabo a operação. De câmara de alta definição ligada, o aparelho mergulha na água e começa o seu demorado percurso até ao fundo.
Cada mergulho de ROV demora pelo menos cinco horas, já que o aparelho desce a uma velocidade de 10 metros por minuto. O objectivo, no mar das Selvagens, é recolher imagens até aos 2 000 metros de profundidade, mas este que foi o primeiro mergulho «a sério», só chegou aos 300 metros.
Lá em cima, estão dois investigadores que identificam o que aparece na imagem do ROV: um pertence ao Centro de Ciência do Mar (CCMar) e outro à Universidade da Madeira. Juntos, identificam as amostras e pedem aos operadores do aparelho que as tentem recolher, tarefa que nem sempre é fácil devido às características do fundo e à intensidade da corrente.
O ROV Luso viu esponjas, corais e duas espécies de peixe e recolheu alguns exemplares. A próxima tarefa dos investigadores passa por tirar as amostras que o aparelho recolheu e catalogá-las. Com a ajuda de uma máquina fotográfica, de um microscópio e de pinças, as amostras vão sendo separadas. No final, todas serão distribuídas por centros de investigação que irão trabalhar em parceria com a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC).
Mas, durante a subida do aparelho, o impensável aconteceu. Ocabo que o ligava ao navio Gago Coutinho partiu-se e o ROV está agora no fundo do mar a mais de 600 metros de profundidade. As operações de resgate do aparelho devem começar apenas no dia 3 de Julho, afirma a EMEPC, mas adivinha-se uma tarefa difícil.



Autor / Fonte
Diana Catarino

Planeta Azul online


23/06/2010
As Selvagens pelo olhar de Pedro Quartin Graça
Diana Catarino
Antes de embarcar na expedição às Ilhas Selvagens, a jornalista Diana Catarino falou com Pedro Quartin Graça, responsável por um blogue sobre as ilhas e um dos autores que vai participar na publicação de um livro, previsto para 2011. Recordamos aqui a conversa.
A curiosidade pelas Selvagens aguçou o apetite de Pedro Quartin Graça, dirigente do Movimento Partido da Terra (MPT) e foi o ponto de partida para um blogue sobre as ilhas.

No Verão de 2008, o então deputado zarpou do Funchal numa viagem de 11 horas rumo à Selvagem Grande e apesar de a estadia relâmpago ter durado apenas um dia, conseguiu ver o que muitos não conseguem em alguns anos. “Quando voltei, senti uma grande alegria. É a zona mais desconhecida de Portugal, tem uma água, flora e fauna fantásticas”, assinala.

A partir daí, o blogue tem entradas frequentes sobre as ilhas, tendo-se convertido em um dos blogues no top 50 do Networking Blogs do Facebook e sendo entretanto aceite na rede internacional da Global Islands Network.

A ferramenta vai ainda servir para publicar a tese de doutoramento que Pedro Quartin Graça conta terminar no final do ano, dedicada ao regime jurídico das Selvagens. “As Selvagens são ilhas, não são rochedo, e por isso têm de ter tudo a que as ilhas têm direito, nomeadamente à sua Zona Económica Exclusiva (ZEE) . São território soberano português”, conclui.

E se a maioria dos continentais não sabe sequer que as Selvagens existem, os madeirenses também não conhecem o património, incluído na Reserva Natural da Madeira e pouco acessível a quem não esteja ligado à investigação científica. Também por isso, diz o autor, o blogue serve como uma espécie de cartão de visita, seja do ponto de vista político, científico ou técnico. Portugueses, espanhóis e brasileiros são os leitores mais assíduos do ilhasselvagens.blogspot.com, mas há curiosos de 70 países que já espreitaram as Selvagens através do olhar de Pedro Quartin Graça.

Dois anos depois de ir às ilhas, o autor do blogue garante que irá voltar às Selvagens, até porque faz parte do leque de autores que se juntam para escrever um livro sobre as ilhas, cuja publicação está prevista para o ano que vem.
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