25 de junho de 2010

Ambiente Online


«Parte do nosso sustento depende da diversidade marinha»

2010-06-25
Qual a importância desta expedição da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) para Portugal?
Em primeiro lugar, assinala a biodiversidade marinha como importante para Portugal, não só porque estamos no Ano Internacional da Biodiversidade. É porque, de facto, não temos só extensão, mas muita diversidade no meio marinho, e é dela que depende uma parte do nosso sustento, nomeadamente das pescas. Isso é assinalado no contexto de um projecto em curso, que visa juntar e sistematizar num sistema de informação todos os dados científicos sobre biodiversidade marinha, hoje dispersa numa infinidade de meios, de sistemas universitários e institutos de investigação. Por outro lado, e talvez seja o aspecto que me parece mais importante, é a oportunidade de juntar aqui mais de 30 instituições universitárias e académicas num trabalho conjunto, o que quebra barreiras entre essas instituições e facilita a colaboração.
A expedição irá ajudar Portugal a marcar pontos junto da ONU, na sua candidatura à extensão da plataforma continental?
Nessa frente, esta missão traz dois contributos: um deles é, desde logo, tantos investigadores ao mesmo tempo a procurar novos dados, o que traz nova informação sobre a fauna e a flora das Selvagens. Mas era preciso fazer um ensaio de campo do projecto M@rbis, que já está hoje carregado com muita informação, o que permite fazer predições do que vamos encontrar. Era preciso ir testar ao terreno, verificar isso.
A sua especialidade, dentro da biologia, prende-se com répteis e anfíbios. Já cá tinha estado, nas ilhas?
Comecei o meu percurso em biologia marinha em uma missão, precisamente chamada Selvagens 84, com o professor Luís Saldanha, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em colaboração com a Marinha. As águas das Selvagens continuam límpidas e ricas como então.
 Vai ter oportunidade de visitar a ilha. Quais as espécies que tem mais interesse em reencontrar?
Quando cá estive, há 26 anos, andava à procura da osga das Selvagens, que é uma espécie que só existe aqui. Consegui encontrar, depois de muito procurar na zona mais alta, do farol. Já a lagartixa, era muito abundante. Como houve nas Selvagens um fenómeno muito interessante, através da erradicação do coelho e do rato - espécies que haviam sido introduzidas- , tenho muito interesse em verificar se a vegetação começa a recuperar e, por outro lado, se a própria distribuição da osga se tem repartido um pouco mais.

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