7 de julho de 2010

Público


Robô submarino Luso recuperado hoje do fundo do mar

06.07.2010 - 11:37 Por Teresa Firmino
O veículo submarino não tripulado Luso, que se tinha afundado ao largo da Selvagem Grande, ilha do arquipélago da Madeira, foi recuperado esta manhã do fundo do mar, depois de uma primeira tentativa falhada levada a cabo anteontem. Foi resgatado às 11h. Está agora a bordo do navio oceanográfico “Almirante Gago Coutinho”, da Marinha portuguesa.

O Luso encontrava-se numa expedição às ilhas Selvagens, a 163 milhas a sul da Madeira, com o objectivo de inventariar a sua biodiversidade marinha. Na noite de 23 de Junho, quando regressava ao navio de um mergulho a cerca de 600 metros de profundidade, o cabo que ligava o Luso ao “Almirante Gago Coutinho” partiu-se e o veículo afundou-se. O que esteve na origem do problema não está ainda esclarecido. Na operação de recuperação esteve envolvido outro robô submarino não tripulado pertencente à empresa norueguesa que vendeu o Luso a Portugal, em 2008. Anteontem, fez-se a primeira tentativa de resgate com a ajuda do veículo norueguês, que desceu até junto do aparelho português para soltar a sua alça de recuperação de emergência, a que depois prendeu um cabo com o seu braço robotizado. Desta forma, o Luso, veículo operado remotamente (ou ROV) a partir do “Almirante Gago Coutinho”, e que consegue mergulhar até seis mil metros, ainda chegou a ser trazido quase até à superfície e pouco faltou para que regressasse ao convés do navio. “Mas o gancho próprio para a recuperação trazido pelos noruegueses não funcionou bem e o ROV perdeu-se”, explica Paulo Neves Coelho, da Estrutura de Missão e Extensão da Plataforma Continental, que comprou o Luso. O problema foi que, na segunda ida ao fundo, o ROV português já não emitia um sinal acústico, que permitiria saber a sua localização exacta. “As baterias gastaram-se. Tínhamos uma ideia do percurso para baixo, que não é linear. É como largar uma folha de papel de um quarto andar: vai andando por ali. Desconfiava-se que estava num raio de 250 metros.”Foi portanto necessário procurar o Luso lá em baixo, através de uma sonda com múltiplos feixes sonoros no navio, que indicou vários ecos de dimensão equivalente ao Luso. Entrou em seguida em acção o ROV norueguês para ver se algum desses ecos correspondia ao veículo português e, ao final da tarde de ontem, o Luso era localizado. Para que a segunda tentativa de recuperação não ocorresse de noite, as operações foram retomadas apenas esta manhã, agora com sucesso.

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