Expedição às Selvagens
O desembarque na Selvagem Grande
2010-06-28Depois de deixar a Selvagem Pequena, os três navios rumaram à Selvagem Grande. Na aproximação à ilha, rapidamente se percebe que as suas características são bastante distintas: uma pequena enseada permite o desembarque para escarpas que se vão sobrepondo até perto dos 200 metros de altura.
À semelhança da Pequena, a Grande também tem vigilantes permanentes. A esta altura, devido a trabalhos de recuperação de um pequeno barracão que apoia os ornitólogos um pouco mais acima, estão três funcionários do Parque Natural da Madeira na ilha. Com eles, está a Selvagem, uma cadela de raça indefinida que ali cresceu e que conhece os caminhos da ilha como ninguém.
Devido às características geológicas, os visitantes estão proibidos de passear sozinhos na Selvagem Grande, já que não há trilhos marcados na subida até ao topo, sendo uma subida difícil e perigosa. Habituados a fazer as honras da ilha, Jacques, que é vigilante desde 1980 e Maurício, que trabalha no Parque desde 1998, conhecem a fauna e a flora como a palma da mão.
«A ilha está diferente, a vegetação cresceu. Já não temos murganhos nem coelhos, espécies que haviam sido introduzidas e que foram erradicadas. Também por isso, desde há três anos para cá, a população de lagartixas cresceu imenso. Relativamente a aves marinhas, há cerca de 100 mil casais de cagarras, uma espécie protegida. Também cá temos painhos, calca-mares, corre-caminhos e garajaus», enumeram os responsáveis pela vigilância da ilha.
Para além de identificar as espécies e mostrá-las aos visitantes, os vigilantes também acompanham os biólogos no seu trabalho. Nesta expedição, organizada pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), estão 20 biólogos na ilha, a estudar as marés e a avifauna, um rebuliço pouco habitual por estas paragens.
«Os visitantes variam de ano para ano, mas são mais os estrangeiros que por aqui param. Alguns madeirenses também vêm cá, e como a Grande fica na rota de quem vai para as Canárias, há quem pare aqui para descansar um ou dois dias», revela Maurício.
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