27 de maio de 2009

Jornal da Madeira Região / 2009-05-27
Jaime Gama nas Selvagens pela primeira vez
Indiscutivelmente portuguesas e motivo de orgulho 
Jaime Gama esteve nas Selvagens pela primeira vez. Foi acompanhado por alguns deputados da Comissão de Defesa Nacional da Assembleia da República. Para garantir, uma vez mais, a soberania nacional das ilhas mais a sul do país.
«O trabalho que aqui é feito tem grande valor para a preservação da biodiversidade e tem um grande sentido para to9dos aqueles que do ponto de vista científico queiram aqui estudar espécies endógenas».
As palavras foram de Jaime Gama, presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, que ontem esteve, pela primeira vez, nas Ilhas Selvagens, a parcela portuguesa mais a sul e que se localiza no arquipélago da Madeira.
Para Gama, esta reserva natural, a mais antiga do país, tem sido objecto de uma intervenção muito apropriada por parte das autoridades da Região Autónoma da Madeira, sendo «para nós motivo de orgulho e razão de afirmação de presença nestas ilhas que, indiscutivelmente, pela História e pelo Direito Marítimo são, desde há muito séculos, uma pertença portuguesa, hoje parte integrante da Região Autónoma da Madeira».
As ilhas Selvagens, recordou o presidente do parlamento nacional, foram consideradas por Jacques Cousteau, um dos mais famosos oceanógrafos do mundo no século XX, pois disse que aquelas águas eram as mais límpidas que alguma vez vira.
Acompanhado de quatro membros da Comissão de Defesa Nacional do Parlamento, Jaime Gama pisou o território com o seu Chefe de Gabinete, o Almirante Chefe de estado Maior da Armada, Almirante Fernando Melo Gomes, o Comandante Naval, Saldanha Lopes e um reduzido grupo de jornalistas,
A receber o presidente do parlamento nacional estava o anfitrião, Manuel António Correia, secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, que esteve pela segunda vez na ilha, exactamente um ano depois da primeira viagem, feita a 21 de Maio de 2008.
A visita decorreu durante cerca de duas horas, numa altura em que havia poucas cagarras na ilha, mas que foram suficientes para que o presidente se inteirar da importância da manutenção da reserva mais antiga do país, que alberga a mais emblemática colónia do Atlântico daquelas aves, mas que albergam, também, outras espécies, inclusivamente onze endémicas, ao nível das plantas.
A comitiva chegou à Selvagem Grande por volta do meio-dia, mas o pouco tempo que ali esteve deu para perceber, uma vez mais, que as Selvagens são para continuar a proteger, designadamente pela incontornável questão da soberania nacional, que vem desde há muitos anos a significar mais recursos da Zona Económica Exclusiva madeirense. 


Fuzileiros voltam à reserva 
Marinha mantém a ordem 

Os fuzileiros vão voltar às Selvagens. A notícia foi dada, ontem, em conjunto, pelo Almirante Fernando Melo Gomes, que revelou que, dois anos depois, aquele Corpo vai voltar a fazer vigilância no território, para ajudar os vigilantes da Natureza a manter a ordem, uma medida «profilática» que vai garantir, como auxílio aos vigilantes da Natureza.
Melo Gomes prometeu que este paraíso natural vai continuar a contar com a Marinha, seja no transporte dos técnicos do Parque Natural da Madeira, ou na vigilância das águas mais a sul.
O Almirante revelou que a manutenção da ordem não significa que tenha havido desordem, mas garantiu, por outro lado, que o apoio daquele ramo vai chegar mais longe, nomeadamente ao nível do transporte de material para as obras da Selvagem Pequena, podendo isso passar por uma lancha de desembarque que leve tudo o que seja preciso para que se garantam melhores condições aos vigilantes que permanecem na ilha vários meses durante o ano.
Mas Melo Gomes também referiu que esta visita serviu para encontrar a sua «afilhada», a cagarra “Marinha”, que estava a ser concebida no ano passado, aquando da sua última visita à ilha e que nasceu em Julho, tendo tido direito a notícia, inclusivamente na Revista da Armada. 



Miranda Calha, Correia de Jesus, António Filipe e João Rebelo foram os quatro deputados da Comissão de Defesa Nacional que estiveram na Selvagem Grande e que desceram e subiram os cerca de cem metros de escarpa. Também assinaram o postal que enviaram a partir do subarquipélago mais a sul do país, mas desta vez, em vez do tradicional brinde com «Vinho Madeira», escolheram água, até porque o regresso ao planalto era difícil, para sair de helicóptero em direcção à fragata mais recente da Armada Portuguesa. As broas de mel é que foram apreciadas, uma vez mais… 

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