29 de junho de 2011

Engenheiro mecânico de prancha para o Guinness

WINDSURF
por DN.ptHoje
Engenheiro mecânico de prancha para o Guinness
João Rodrigues, primeiro velejador a fazer a travessia em prancha à vela (windsurf) entre a ilha da Madeira e as ilhas Selvagens tem entrada garantida no Guinness World Records (antigo Guinness Book of Records) ao navegar 160 milhas (256 km), sem paragens, e em menos de 12 horas.
João Rodrigues cumpriu o destino em dez entre 14 e 15 deste mês. A iniciativa inseriu-se nas comemorações do 40.º aniversário da Reserva Natural das Ilhas Selvagens e foi ao encontro do desejo do menino que, aos 9 anos, pegou numa prancha e numa vela e fez-se ao mar.
Tímido, anti-vedeta, senta-se numa esplanada do Funchal, junto ao oceano, com a baía da cidade por pano de fundo, um espaço líquido onde João costuma "voar". A conversa é solta, embora os olhares da mesa do lado confirmem que o atleta aventureiro deixou de ser anónimo. Solicitado por todos , sobretudo jornalistas dos quatro cantos do planeta, chegou o tempo de descanso. Uma exigência. É preciso recuperar depois de uma prova extremamente violenta, quer física quer psicológica, até porque há novos desafios pela frente.

Dia da Marinha do Tejo 2011

A «Marinha do Tejo», foi criada pelo Despacho n.º 15899/2008 de Sexa. o então Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar – Dr. João Mira Gomes.

O significado histórico -cultural da «Marinha do Tejo» traduz aspectos que reflectem bem a nossa identidade nacional e o que há de mais genuíno nas nossas populações ribeirinhas, constituída pela comunidade de marítimos e de artífices, que navegavam e habitavam ao longo das suas margens. Homens de trabalho, com a sua acção, definiram a geografia de um País e moldaram uma Nação.

A «Marinha do Tejo» tem sido perpetuada até aos dias de hoje através de um trabalho generoso e dedicado que transmite às gerações mais jovens a soberania sobre os saberes fruto de séculos de experiência viva, e conta hoje com uma frota de cerca de sessenta embarcações, que constituem um pólo vivo do Museu de Marinha.

in http://www.anmpn.pt/

28 de junho de 2011

O feito de João Rodrigues no 40º Aniversário da Reserva Natural das Selvagens

Reserva Natural “mostra-se” em exposição fotográfica

O Centro Comercial do Caniço está a acolher desde ontem uma exposição fotográfica, da autoria de Luís Ferreira, alusiva ao património natural e paisagístico da Reserva Natural das Ilhas Selvagens.
A cerimónia de abertura da mostra contou com a presença do velejador João Rodrigues e de toda a equipa que o acompanhou na travessia em prancha à vela entre a Madeira e as Ilhas Selvagens.
Em declarações à comunicação social, o velejador madeirense falou desta sua recente experiência e falou dos objectivos que o moveram e que foram «os de aproximar a população a estas ilhas» e «mostrar a importância destas ilhas, o que é ali feito e qual o trabalho que tem sido ali desenvolvido de há 40 anos a esta parte».

Elogiando as fotografias de Luís Ferreira, João Rodrigues disse que as Selvagens têm exactamente a mesma beleza daquela que pode ser vista nesta exposição, sendo um bom “cartão de visita” a quem ainda desconhece a variedade do seu ecossistema.

Garrafa de Vinho Madeira de 1971 oferecida a João Rodrigues
Após a visita à exposição, João Rodrigues recebeu das mãos do secretário regional dos Recursos Naturais uma garrafa de Vinho Madeira de 1971, data do ano de nascimento do velejador madeirense.
Felicitando a organização pela concretização desta exposição, Manuel António Correia quis agradecer, com este gesto, o velejador mas também a Reserva Natural das Ilhas Selvagens pelo trabalho que fez nestes 40 anos. O secretário regional elogiou ainda as parcerias que são criadas entre as entidades privadas (neste caso, o Centro Comercial do Caniço), e as públicas, salientando que «estes são excelentes exemplos que eu espero que sejam continuados por outras empresas e que revelam bem que as empresas comerciais perceberam e valorizam a importância do património natural na sua actividade».
Ainda no decorrer da abertura oficial desta mostra, o presidente da autarquia de Santa Cruz, José Alberto Gonçalves, entregou uma medalha com o brazão do município a João Rodrigues e os alunos da Escola Básica do 1º Ciclo com Pré escolar do Rochão puderam conviver com o velejador.
Fonte: Jornal da Madeira

Manuel Pinto de Abreu, secretário de Estado do Mar

O Blog Ilhas Selvagens felicita o Prof. Manuel Pinto de Abreu pelas suas novas funções esperando que continue a fazer pelo Mar Português o excelente trabalho anteriormente desenvolvido na Plataforma Continental nacional.

Manuel Pinto de Abreu, de 52 anos, até aqui responsável pelo projecto de alargamento da plataforma continental, entregue nas Nações Unidas em 2009, é o novo secretário de Estado do Mar. É oceanógrafo e engenheiro hidrógrafo, com o doutoramento em oceanografia física feito em 1991, na Naval Postgraduate School de Monterey, na Califórnia. Antes da vida académica, Pinto de Abreu, que se licenciou em Ciências Militares Navais em 1983, na Escola Naval no Alfeite, foi oficial imediato do navio “Limpopo” (1984) e comandante do “Dom Jeremias” (1986). Após o doutoramento nos Estados Unidos, trabalhou no Instituto Hidrográfico, da Marinha, onde chefiou, entre 1992 e 1997, a Divisão de Cartografia e Hidrografia. Mais tarde, foi vice-reitor da Universidade Lusófona, onde também foi director das licenciaturas em Ciências do Mar, Química, Engenharia Biotecnológica e Engenharia do Ambiente.  Em 2005, assumiu a chefia da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), dependente do Ministério da Defesa Nacional. Esta estrutura foi incumbida pelo Governo de provar, através de dados técnicos e científicos, que a parte continental do território português se prolonga para além das 200 milhas da costa. Para tal, a equipa da EMEPC teve de reunir diversos tipos de dados sobre o fundo do mar (geológicos, geofísicos, hidrográficos...), nomeadamente através de campanhas oceanográficas.  Recorreu ainda à compra de um veículo operado remotamente (ROV), capaz de mergulhar a seis mil metros de profundidade. Com a entrega da proposta portuguesa nas Nações Unidas em Maio de 2009, os trabalhos de fundamentação técnica e científica ainda podem continuar, até porque o processo só deverá ficar estar concluído por volta de 2015.  Só então Portugal terá jurisdição sobre o leito e o subsolo do mar para lá das 200 milhas, e aos recursos que aí se encontram, desde energéticos até biológicos e genéticos, ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), em vigor desde 1994. Foi à frente da EMEPC que Pinto de Abreu se tornou uma presença assídua nos meios de comunicação social e defendeu o regresso de Portugal ao mar.  Ao PÚBLICO, em 2007, dizia que, apesar de várias falsas partidas, nos últimos dez anos tínhamos começado a regressar ao mar. E considerava importante o relançamento das actividades económicas sustentáveis de base oceânica e a criação de uma entidade-chapéu que integrasse e coordenasse todas as actividades no oceano, desde a sua exploração até à sua protecção. 

“No que me toca, a nossa quota-parte de regresso ao mar está a ser cumprida”, dizia então.

In: Público

21 de junho de 2011

João Rodrigues. "Foi uma lição de humildade, levei umas bofetadas de luva branca"

VELA
por Mary Caiado - 21 de Junho de 2011  - Jornal i online
Dez horas de prancha à vela para atravessar 303 quilómetros entre o Funchal e as ilhas Selvagens. O velejador português cumpriu o sonho e está a caminho do Guinness.
Não foi pêra doce, muito pelo contrário. João Rodrigues, conta ao i, esperava melhores ventos para levar o sonho a bom porto. Propôs-se navegar 160 milhas entre o Funchal e as ilhas Selvagens, o ponto mais a sul de Portugal, em 12 horas. Conseguiu fazer a travessia em menos duas e aguarda a oficialização do resultado para escrever o nome no livro de recordes do Guinness. Caiu à água, ficou com um pé solto, teve de consertar a prancha, a nadar, no meio do oceano Atlântico e até pensou desistir. Mas este madeirense quase a fazer 40 anos não se deu por vencido e ultrapassou todos os obstáculos, incluindo as ondas de quatro metros que o atormentaram. Já com cinco participações em Jogos Olímpicos, Londres-2012 é o objectivo que se segue. 
Olá, João. Merece os parabéns. Já recuperou de todo o esforço?
Não, acho que isto ainda vai levar alguns dias porque foi bastante violento.
O que é que está pior, as pernas, os braços ou a cabeça?
Não tenho nenhum grupo muscular afectado, o que é uma boa notícia, porque não tive nenhuma lesão. É simplesmente o cansaço de ter passado tantas horas em esforço.
Desde que chegou o que é que já conseguiu fazer?
Nada! [risos] Esta noite dormi mal porque cheguei às duas da manhã. De manhã só fui buscar o resto do equipamento que estava no navio, almocei e vou descansar a tarde toda para ver se recupero.
Ao certo, quantas horas esteve em cima da prancha?
Dez.
No início as coisas não correram muito bem e chegou a cair ao mar. Porquê?
Depois de passarmos as Desertas, a 40 milhas da Madeira, as condições pioraram, choveu e antes já o vento tinha carregado bastante. O mar ficou alterado e não me consegui adaptar logo, fiquei muito cansado e caí à água. Foi um momento crítico, ponderámos se valeria a pena continuar.
Então pensou mesmo em desistir.
Sim, foi o único momento, porque tinha feito 71 quilómetros e faltavam 230. Já estava extremamente cansado naquela altura e foi muito difícil. Valeram as palavras dos meus companheiros, em vez de pensarmos nos 230 quilómetros, pensámos fazer mais uma hora de cada vez. As duas horas seguintes foram muito difíceis e só a partir dos 150 quilómetros é que me comecei a sentir melhor. Até aos 240 foi uma delícia, a partir daí até às Selvagens foi outra vez um sacrifício. Apanhámos ondas de quatro metros com 25 nós de vento e tive grande dificuldade em travar o andamento - parece um paradoxo, mas aquela prancha ou vai em velocidade de cruzeiro ou então é demasiado difícil pô-la a andar mais devagar, puxar o travão de mão. Mas a 20 milhas consegui ver a Selvagem Grande e a partir daí sabia que já nada nos podia travar.
O que é que lhe passou pela cabeça nesse momento?
Simplesmente, chegar lá o mais depressa possível.
Como é que foi gerindo a parte mental?
Tive vários períodos, mas a partir das 40 milhas foi preciso redobrar a concentração porque qualquer descuido significaria uma queda. Estava a andar no limite da minha velocidade. Mas nós também cometemos um erro: tínhamos duas velas, uma maior e outra mais pequena, e levámos a maior porque as previsões apontavam para vento mais fraco, só que foi difícil controlar e eu andei sempre com as rotações no vermelho. Depois do período crítico pensei onda a onda e cada vez que passava uma era uma pequena vitória. 
Sentiu medo?
Não, as pessoas que me acompanhavam são altamente profissionais, duas ou três delas são marinheiros de barba rija e tivemos muito cuidado com a segurança e as comunicações.
Como é que comunicava com eles?
Não era eu, era o skipper do barco que me estava a seguir, através de telefones satélites.
Ingeriu algum alimento durante a travessia?
Imensos! Umas seis ou sete barras de cereais, uma bebida isotónica preparada por mim, cinco litros de água e cinco ou seis bananas. Parava de duas em duas horas, a embarcação aproximava--se e atirava-me a comida. Esses momentos foram fundamentais para descansar.
Aconteceu alguma coisa ao equipamento?
Primeiro, soltou-se um foot strep, que são umas alças onde prendemos os pés. Depois aconteceu algo mais estranho e que me deixou preocupado: o fim da prancha, o leme, partiu-se e tivemos de o mudar dentro de água, comigo a nadar, sem um dos cintos. Fora isso, só tenho umas bolhas nas mãos.
Já sabe quando é que vai receber a placa do Guinness?
Não faço a mínima ideia.
Mas acho que faz ideia de como nasceu esta loucura.
Quando tinha dez anos e mal me conseguia aguentar em cima da prancha havia um pequeno ilhéu fora de São Lázaro, no Funchal, que foi a minha primeira grande aventura. Devem ser uns 500 metros do clube naval até ao ilhéu e lembro-me que quando consegui dar a volta foi uma conquista gigante. Ao longo dos anos fui percorrendo a costa da Madeira e passei a olhar para o horizonte. Comecei por ir às ilhas Desertas e faltavam as Selvagens. Sabia que ia envolver uma logística maior e aproveitei os 40 anos de passagem das Selvagens a reserva natural, porque também faço 40 anos este ano. O parque natural convidou-me e eu aceitei.
Os Jogos Olímpicos de 2012 são o próximo objectivo ou há mais desafios pelo meio?
Pelo meio ainda tenho de me apurar para os Jogos.
E serão os sextos.
É verdade. O apuramento será feito este ano no Mundial da Austrália.
Os velejadores olímpicos, incluindo o João, assinaram um comunicado em que dizem que não voltam a treinar enquanto a distribuição de verbas não for feita. Que mais lhe apetece dizer sobre esta polémica?
Percebo os argumentos que as entidades apresentam, mas há uma razão para além disso, que é a realidade tal como ela é. Há atletas que assinaram contratos por objectivos, que estão cumpridos, e que têm direito a verbas estipuladas por lei. Só que este ano viram esse direito negado. Não é uma questão de cortes, o surreal é que as verbas existem e estão disponíveis, mas não são entregues por questões burocráticas. Neste momento, já não temos mais possibilidade de continuar às nossas custas. Há colegas meus que pediram empréstimos para continuar a competir, isto é surreal.
A suspensão significa mesmo que não vão treinar durante os próximos tempos?
Bem, eu acabei de fazer 300 quilómetros, um bom treino! [risos] Pessoalmente, assumi compromissos financeiros, aluguei uma casa em Inglaterra para treinar até Agosto, mas não vou em representação da Federação Portuguesa de Vela, vou por minha conta e risco. Em Agosto há o evento-teste para os Jogos Olímpicos e vou inscrever-me, mas só participo se as verbas forem desbloqueadas, se não, descarto esse evento em solidariedade com os meus colegas.
Este ano faz 40 anos. Até quando vai andar em cima da prancha?
Enquanto me sentir bem fisicamente, mentalmente houver motivação, a vida que levo tiver significado e, já agora, enquanto a puder suportar financeiramente, vou continuar.
Já navegou pelo mundo inteiro. Qual foi a experiência mais fantástica, excluindo esta última?
Caramba, mas eu ia dizer esta [risos]!
Assim era fácil. Insisto, de todos os sítios onde já esteve, qual o mais fantástico?
Infelizmente, a resposta que lhe vou dar é que é mesmo a Madeira [risos]. Continua a ser o melhor sítio para andar à vela que conheço. Pode ser um sítio muito desafiador e esta travessia que acabei de fazer revela isso, foi uma lição de humildade gigante, levei umas bofetadas de luva branca pelas dificuldades que julgava não poder apanhar, mas apanhei.
Depois de tantas medalhas, ainda se lembra da primeira vez que subiu a uma prancha?
Lembro-me como se fosse ontem! Quando tinha nove anos, o meu irmão mais velho levou-me atrás na prancha, fizemos uma pequena bolina e quando regressámos com o vento a favor ele deixou- -me agarrar à retranca e deslizar. Foi aquela sensação de autonomia, de poder deslizar sozinho, que me apanhou completamente, e desde esse dia nunca quis fazer mais nada.

20 de junho de 2011

João Rodrigues inaugura exposição fotográfica

O velejador João Rodrigues, Padrinho da Reserva Natural das Ilhas Selvagens, e toda a equipa que o acompanhou na travessia em prancha à vela entre a Madeira e as Selvagens irá inaugurar amanhã, pelas 16h30, uma exposição fotográfica alusiva ao património natural e paisagístico daquela reserva.
O evento decorrerá no corredor principal do Caniço Shopping, patrocinador desta mostra fotográfica, cuja autoria é de Luís Ferreira, fotógrafo e amante da Natureza.Esta é mais uma actividade que se insere no âmbito das comemorações dos 40 anos das Ilhas Selvagens, a primeira reserva de Portugal. Também estarão presentes no evento, alunos da Escola Básica do 1ºCiclo com Pré escolar do Rochão que além de descobrirem e contemplarem pormenores da paisagem e da biodiversidade das Selvagens poderão conviver e partilhar informação com o velejador.

19 de junho de 2011

Reserva das Selvagens faz quarenta anos

Parque Natural da Madeira
Este ano comemora-se o quadragésimo aniversário da Reserva Natural das Ilhas Selvagens, a reserva mais antiga de Portugal. A construção do farol e a presença dos faroleiros constitui uma etapa importante na história desta Reserva!
Quando surgiu a ideia…
Segundo reza a história, foi em 1881 que surgiu a ideia da construção de um farol nas Selvagens. É relatado que a iniciativa de construção de um farol nas ilhas Selvagens partiu de Espanha, propondo que Portugal repartisse as despesas, numa altura em que já discutiam se a soberania das ilhas pertenciam a Espanha ou Portugal. Devido à falta de entendimento, a construção do Farol ficou suspensa.
Soberania das ilhas….
Posteriormente, em 1938, a Comissão Permanente de Direito Marítimo Internacional certificou a soberania das ilhas para Portugal e foi colocado no planalto da Selvagem Grande, um marco Astronómico pela Missão Hidrográfica das Ilhas Adjacentes, neste mesmo ano.
Necessidade de um farol
As ilhas Selvagens foram testemunhas de vários naufrágios ao longo dos tempos, pois a existência de baixios e a falta de um farol, em nada ajudaram os navios que ali passavam. Nos anos 70, o petroleiro Cerno, de bandeira norueguesa, ao desviar-se para ilegalmente lavar os seus tanques, encalhou na Selvagem Pequena e passados três meses, outro petroleiro, Morning Breeze, afunda-se próximo da Selvagem Grande. A responsabilidade de Portugal pela segurança marítima nas Ilhas Selvagens foi posta em causa, dado que estes naufrágios aconteceram por falta de farolagem nestas ilhas.
Primeiro farol
A 6 de Junho de 1977 foi instalado um farol na Selvagem Grande - no Pico da Atalaia, e a 17 do mesmo mês, um farol na Selvagem Pequena - no Pico do Veado.
A instalação foi efectuada pela Direcção de Faróis da Marinha, que presentemente é um organismo da Direcção-Geral da Autoridade Marítima, integrado no Ministério da Defesa Nacional.
Modernização do farol…
Em Portugal, as Ilhas Selvagens foram as primeiras a utilizarem células fotovoltaicas nos seus faróis, recorrendo desta forma a energias limpas. Isto aconteceu em 1981!
Curiosidade…
Integrado na equipa de montagem do Farol foi Jaques da Mata. Na altura gostou tanto da Selvagem Grande que informou o Sr. Fernando Almada, o primeiro Guarda da Ilha, designação dada na altura, que se por acaso algum dia precisassem de alguém para vir trabalhar para a Selvagem Grande, o contactassem. No ano seguinte, Jaques é contactado e desde então que contribui para a preservação do importante património natural existente nas Ilhas Selvagens, sendo já uma figura emblemática destas Ilhas, pois é Vigilante da Natureza ao serviço do Parque Natural da Madeira.

17 de junho de 2011

Velejador madeirense ligou a Madeira às Selvagens

João Rodrigues
Em apenas um pouco mais que dez horas, João Rodrigues cumpriu um sonho de há muito: percorreu 160 milhas náuticas  em uma só etapa, ligando a Madeira às Ilhas Selvagens, numa prancha à vela.

A proeza, em mar aberto, esteve integrada no programa comemorativo do 40.º aniversário da criação da Reserva Natural das Ilhas Selvagens, a primeira reserva natural de Portugal, com a coincidência do velejador olímpico madeirense também completar o seu 40.º aniversário este ano, no próximo dia dois de Novembro.

A travessia foi apoiada pelas Secretarias Regionais do Ambiente e Recursos Naturais e da Educação e da Cultura, organismos que consideram um contributo para a projecção da região a nível internacional.

Previsivelmente, seriam expectáveis cerca de doze horas para cumprir tão árdua tarefa, mas as enormes capacidades do desportistas, aliadas as umas condições climáticas favoráveis, entre as quais não poderá ser dissociado o factor vento, permitiram essa superação de cerca de duas horas em relação ao estimado.

João Rodrigues, nascido a dois de Novembro de 1971 em santa Cruz, na Madeira, transporta consigo um vasto e rico currículo. Campeão e vice-campeão do Mundo de Prancha à Vela, em 1995 e 2008, tetra-campeão Europeu, o madeirense conta com 121 internacionalizações e 51 medalhas conquistadas em competições internacionais - 22 de Ouro, 16 de Prata e 13 de Bronze.

Nesta fase, prepara-se, também, já para a sua sexta participação olímpica, Londres'2012, depois das presenças em Barcelona'92, Atlanta'96, Sydney'2000, Atenas'2004 e Pequim 2008. No futuro imediato, João Rodrigues será ainda o rosto do Campeonato Europeu 2012, a realizar-se na baía do Funchal, no próximo mês de Março.

«Foi um sonho que cumpri»

Logo após concretizar a travessia, João Rodrigues exprimiu as suas palavras de satisfação.

 «Foi um sonho que cumpri. Está feito... não imaginava que fosse possível», disse então o velejador madeirense que, pese o esforço despendido, denotava uma boa disposição que, de resto, é seu apanágio. Depois, João Rodrigues agradeceu, «em primeiro lugar às pessoas que me acompanharam no bote. Foi muito difícil também para eles, que começaram a sofrer logo à saída do Caniçal». De seguida, exaltou que «quero também agradecer as todas as pessoas que me deram a oportunidade de fazer isto».

Em relação à especificidade da travessia, reconhece que «foi muito complicado. Foi mais difícil do que eu esperava». Disse ainda que depois de percorridos 70 quilómetros, «o mar começou a entrar forte e pensei, pela primeira vez, que se calhar não iria conseguir completar a travessia». Mas a sua experiência e o seu grande espírito de sacrifício conseguiram ultrapassar essas enormes dificuldades, criadas por algumas adversidades climáticas. Mesmos assim reconhece ainda que «os últimos 60 quilómetros foram sempre em sofrimento». Acrescentou também que «por causa do tempo, a embarcação não conseguiu sempre me acompanhar e separa-mo-nos por mais que um vez», sendo necessário reduzir a velocidade para tudo se compor.
«Um privilégio estar presente neste momento histórico»

As ilhas Selvagens são um pequeno arquipélago no território da Região Autónoma da Madeira, estando mais perto das Canarias (165 quilómetros a norte) do que da ilha da Madeira.

Este pequeno arquipélago é constituído por duas ilhas principais (Selvagem Grande e Selvagem Pequena) e outras ilhotas de origem vulcânica, tendo uma área total de 273 hectares.

É considerado um “santuário para aves” e tem como “habitantes” temporários apenas os guardas do Parque Natural da Madeira. Foi declarado reserva natural nacional em 1971.

A Reserva Natural das Ilhas Selvagens faz parte integrante do Parque Natural da Madeira, que tem como director Paulo Oliveira que, através da página daquele organismo no facebook, deixou o seu testemunho elogioso a João Rodrigues, bem como aos restantes elementos que estiveram perto do velejador nesta "aventura".

«Dizer que o João é feito daquela matéria de que os sonhos são feitos é um lugar-comum. Ele personaliza o que de melhor se pode encontrar num ser humano e nesta “casa” ficámos todos mais ricos por termos tido o privilégio de estar presente neste momento histórico para ele e para a Reserva Natural das Ilhas Selvagens. Foi também um privilégio, e um factor de conforto emocional, saber que aqueles que o acompanharam também são feitos de uma fibra muito especial. Neste momento dirijo uma palavra de gratidão e de muita admiração para o Joaquim Barata da Silva, o João Marques, o António Gouveia, o Henrique Seruca, o Aleixo Pestana (que acompanharam a todo o momento o João), o Elvio Rodrigues, o Elvio Pereira e o Pedro Fernandes (que o acompanharam à distância na embarcação Buteo). A todos o meu mais elevado reconhecimento», conforme se pode ler no texto assinado por  Paulo Oliveira.
Alerta. Com o feito inédito de ontem, João Rodrigues, procura, também, divulgar o património natural português e chamar a atenção para o trabalho de conservação desenvolvido pelo Parque Natural da Madeira nas suas várias reservas naturais, assim como para a vastíssima biodiversidade das Ilhas Selvagens, superior, por exemplo, ao encontrado nas ilhas Galápagos.

Apoio. João Rodrigues foi acompanhado no pelas embarcações “Freira-do-Bugio do SPNM e pelo navio patrulha da Marinha Portuguesa “Cacine”. A dar apoio, já mais perto das ilhas Selvagens esteve o veleiro “Búteo”, numa medida de prevenção que permitiria a sua recolha, caso as condições não permitissem a sua continuidade, algo que viria a se revelar desnecessário. No regresso, João Rodrigues viajou no “Cacine”.


Chegada. João Rodrigues entrou na Selvagem Grande através da rampa de acesso a terra na Baía das Cagarras, sendo recebido pelos vigilantes do Parque Natural da Madeira, que também festejaram a inédita proeza do velejador madeirense, concretizada em pouco mais de dez horas.

Travessia mais longa em prancha à vela numa só etapa

Entrada no Guinness World Records
Com o feito de ontem, João Rodrigues fez história ao tornar-se a primeira pessoa a fazer a travessia entre a ilha da Madeira e as ilhas Desertas, o ponto mais a Sul do território português. O madeirense - o atleta português com mais presenças em Jogos Olímpicos - ganhou também o direito de ver o seu nome inscrito no "Guiness World Records" como a travessia mais longa jamais conseguida em prancha-à-vela (windsurf), numa só etapa. O velejador partiu logo ao nascer do Sol do Cais da Lota no Caniçal e navegou ao longo de 160 milhaS náuticas - cerca de 296 kms - sem parar, cumprindo percurso, em pouco mais de dez horas.
«A travessia entre ilhas faz parte do dia-a-dia de qualquer ilhéu. Em tempos idos, seria uma questão até de sobrevivência, mas actualmente os transportes marítimos banalizaram aquelas que eram verdadeiras epopeias marítimas. Esta travessia entre a Madeira e a Selvagem Grande, é o concretizar de um sonho acalentado há vários anos a esta parte mas que visa também reviver a mais antiga forma de viajar no mar: ao sabor do vento»

João Rodrigues


Currículo
João Rodrigues

Nascimento: 2 de Novembro de 1971 (39 anos)

Naturalidade: Santa Cruz, Madeira

Habilitações: Licenciatura em engenharia mecânica, pelo Instituto Superior Técnico, 1995

Profissão actual: Assessor Técnico do Gabinete do Secretário Regional de Educação e Cultura

1980 Inicia-se na vela aos 9 anos de idade

1982 Participa pela primeira vez em competição regional

1987 Primeira internacionalização

121 Internacionalizações

51 Medalhas em competições internacionais: 22 de ouro, 16 de prata e 13 de bronze


Classe RS:X a partir de 2005


Jogos Olímpicos

2008 - 11.º Pequim, China

Campeonato do Mundo

2010 - 14.º Kerteminde, Dinamarca

2009 - 6.º Weymouth, Inglaterra

2008 - 2.º Auckland, Nova Zelândia

2007 - 4.º Cascais, Portugal

2006 - 14.º Torbole, Itália

Campeonato da Europa

2009 - 5.º Tel-Aviv, Israel

2008 - 1.º Brest, França

2007 - 5.º Limassol, Chipre

2006 - 14.º Alcati, Turquia

Taça do Mundo ISAF

2009 - 1º


Classe Mistral 1993 - 2004


Jogos Olímpicos

2004 - 6.º Atenas, Grécia

2000 - 18.º Sidney, Austrália

1996 - 7.º JAtlanta (Savanah), EUA

1992 - 21.º Barcelona, Espanha

Campeonato do Mundo

2003 - 4.º Cadiz, Espanha

2002 - 8.º Pattaya, Tailândia

2000 - 10.º Mar del Plata, Argentina

1999 - 14.º Noumea, Nova Caledónia

1998 - 3.º Brest, França

1997 - 4.º Perth, Austrália

1996 - 18.º Haifa, Israel

1995 - 1.º Port Elizabeth, África do Sul

1994 - 14.º Winnipeg, Canadá

1993 - 15.º Kaswiazaki, Japão

Campeonato da Europa

2004 - 6.º Sopot, Polónia

2003 - 3.º Mondello, Sicília, Itália

2001 - 6.º Marselha, França

1997 - 1.º Múrcia, Espanha

1996 - 1.º Nice, França

Campeonato Nacional

15 vezes campeão


Classe Raceboard

Campeonato da Europa

1994 - 1.º Murcia, Espanha

Campeonato do Mundo

2009 - 2.º Masters, Weymouth


Classe Funboard

1997 - 1.º Campeonato nacional

In:  Netmadeira
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