13 de julho de 2010

A não perder na SIC

Reportagem Missão Selvagens na SIC 


domingo dia 18 após o Jornal da 


Noite!!

Data:
Domingo, 18 de Julho de 2010

Hora:
20:00 - 22:30

Local:
SIC















12 de julho de 2010

Jornal da Madeira - Revista Olhar - 9.07.2010

Para além de santuário de nidificação de aves marinhas
Selvagens: ilhas das espécies exclusivas

Entre 9 e 30 de Junho de 2010 mais de 50 cientistas e três navios estiveram envolvidos no estudo da flora e fauna marinhas das Ilhas Selvagens, desde a zona entre marés até mais de 2500 metros de profundidade. Elementos do Departamento de Ciência da Câmara Municipal do Funchal participaram nesta missão científica que a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) levou a cabo, com recurso aos navios, N.R.P. Almirante Gago Coutinho, N.R.P. Creoula e caravela “Vera Cruz” e com o ROV “Luso”, tendo como principal objectivo cartografar e inventariar a biodiversidade marinha daquelas ilhas, desde o litoral até às profundidades abissais, no ano em que se assinala o Ano Internacional da Biodiversidade.
Nesta missão participaram cerca de 70 investigadores e estudantes ligados às principais Universidades e Institutos de Investigação Portugueses. A Madeira esteve representada por elementos do Museu Municipal do Funchal (História Natural), Estação de Biologia Marinha do Funchal, Parque Natural da Madeira, Direcção de Serviços de Investigação das Pescas, Universidade da Madeira e Museu da Baleia, num total de 10 pessoas. Todos os dados recolhidos serão arquivados na base de dados M@rBis, cuja gestão está cometida à EMEPC e que visa congregar todos os dados possíveis relativos às áreas marinhas da Rede Natura 2000 em Portugal, compromisso que o País assumiu perante a Comissão Europeia. Esta missão, que contou com o apoio e o patrocínio do Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, foi a maior e mais interdisciplinar expedição científica que alguma vez se realizou às Ilhas Selvagens. Os dados recolhidos vão permitir ainda reforçar uma eventual candidatura das Ilhas Selvagens a Património Mundial da Humanidade.
No último sábado, um helicóptero EH101, transportou até às Selvagens o ministro Augusto Santos Silva, o chefe de Estado Maior da Força Aérea, Luís Araújo, o secretário de Estado da Defesa e dos Assuntos do Mar, Marcos Perestrello, o secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro, o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Albuquerque, e o vereador Pedro Calado.
No local foi descerrado um monumento no local, com a denominação “Vigilante na última fronteira mais a sul”.

Paulo Oliveira (director do Parque Natural da Madeira)


As Ilhas Selvagens foram a primeira área a ser classificada como Reserva em Portugal. O trabalho de conservação da Natureza desenvolvido desde então foi reconhecido oficialmente em 1992 com a atribuição do Diploma Europeu do Conselho da Europa para Áreas Protegidas, o qual tem sido renovado anualmente.
As Ilhas Selvagens, constituídas por três ilhas de origem vulcânica: Selvagem Grande, Selvagem Pequena e Ilhéu de Fora, apresentam ecossistemas representativos e importantes para a conservação in situ da biodiversidade no Mundo, em particular de espécies mundialmente vulneráveis. Este facto deve-se à conjugação de vários factores, nomeadamente localização geográfica, isolamento e condições de colonização muito difíceis.
As plantas estão perfeitamente adaptadas às condições edafoclimáticas, muitas delas constituindo endemismos e relíquias. Nas rochas, os líquenes proliferam expandindo a sua beleza e, como exímios bioindicadores que são, testemunham a excelência da qualidade ambiental deste Sítio da Rede Natura 2000. Estas Ilhas apresentam a percentagem mais elevada de endemismos por unidade de superfície em toda a Região da Macaronésia, que compreende os arquipélagos dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde.
A vegetação da Selvagem Pequena e do Ilhéu de Fora é composta somente por espécies nativas e endémicas, sem quaisquer introduções. Estas duas Ilhas apresentam uma cobertura e um número surpreendente de espécies exclusivas, consistindo num Horto Botanicum em pleno Atlântico.
A Selvagem Grande apresenta igualmente um coberto vegetal peculiar e uma interessante flora com endemismos da Ilha, outros comuns às restantes Ilhas Selvagens e à Região da Macaronésia.
A fauna das Ilhas Selvagens caracteriza-se pela existência de uma riqueza que, actualmente, é única no mundo. Estas Ilhas são um santuário de nidificação de aves marinhas e estão classificadas como Important Bird Area (IBA), no âmbito da Bird Life International e Zona de Protecção Especial (ZPE), a nível comunitário, pertencendo à Rede Natura 2000. Devido à sua localização geográfica, apresentam uma sobreposição de espécies cujas áreas de distribuição estão localizadas a Norte e a Sul.
Deste modo, e devido ao bom estado de conservação dos habitats, as Ilhas Selvagens abrigam um número extremamente significativo de comunidades de aves marinhas, quer em variedade de espécies, quer em número de indivíduos.
Contudo, não é aqui que termina a sua contribuição para a biodiversidade mundial, em termos de fauna. Outras espécies de vertebrados e invertebrados também aqui só existem. A lagartixa e a osga das Selvagens são subespécies de vertebrados terrestres nativos que habitam estas pequenas ilhas.
A outro nível, o dos invertebrados, menos conspícuos e interessantes para um visitante ocasional, podemos encontrar um apreciável número de endemismos. Na classe dos insectos, os coleópteros e os lepidópteros assumem um papel muito especial de que um escaravelho, endémico do Ilhéu de Fora, e uma borboleta, endémica da Selvagem Pequena, são bons exemplos.
No ambiente marinho e costeiro surgem ecossistemas bem conservados, representativos desta área do Atlântico. Nestas Ilhas existe uma abundante presença de moluscos endémicos do Sul da Região da Macaronésia, que desapareceram noutras áreas, devido à intensa actividade humana.
 

Diário de Notícias da Madeira


Um santuário selvagem

Ilhas Selvagens foram a primeira reserva de Portugal em 1971

Raquel Gonçalves
  • Vigilantes da natureza contam com a companhia da 'Selvagem' .
  • Cagarra no ninho, um dos ex-libris das ilhas Selvagens. FOTOS RAQUEL GONÇALVES
  • Cagarra recebeu o nome de Força Aérea.
  • EH-101 em manobra de aterragem.
  • Vigilantes da natureza contam com a companhia da 'Selvagem' .
  • Cagarra no ninho, um dos ex-libris das ilhas Selvagens. FOTOS RAQUEL GONÇALVES

O Helicóptero EH-101 sobrevoa, às  primeiras horas da manhã, a Selvagem Grande.
À primeira vista, parece um território deserto e árido. Mas as aparências iludem. Mal se abre a porta, um cão corre a dar as boas vindas, primeiro sinal de que há gente naquela verdadeira 'jangada de pedra' que é o território mais a sul de Portugal. Parte integrante da freguesia da Sé, a Selvagem Grande fervilha de vida.
E não é só a cadela trazida para ali com um mês e meio e baptizada de 'Selvagem'. Os vigilantes do Parque Natural da Madeira garantem a protecção em equipas rotativas, que se alternam a cada três semanas.
Mas estes não são os únicos habitantes daquela ilha aparentemente deserta. O tesouro maior não está à vista, mas, se procurarmos em cada recanto, debaixo de cada pedra há um santuário de espécies animais e vegetais que tornam a Selvagem Grande um território ímpar.
Paulo Oliveira, director do Parque Natural da Madeira, explicou ontem ao ministro da Defesa e ao General Chefe do Estado Maior da Força Aérea que ali existem onze espécies de plantas que não se encontra em mais nenhuma parte do mundo. Além disso, é abrigo para cinco espécies endémicas de aves: as Cagarras, as Almas Negras, o Roque de Castro, os Calcamares e os Pintainhos.
O grande ex-libris é, contudo, a Cagarra. Existem neste momento 36 mil casais, mas houve tempos em que o animal era explorado por causa da carne, dos ovos e das penas.
O massacre teve fim quando, em 1971, se iniciou a reserva naquela ilha, a 1ª Reserva Natural de Portugal.
Aliás, como explicou Paulo Oliveira, a Selvagem Grande é pioneira em muitos outros aspectos da conservação da natureza. Foi ali que se desencadeou a primeira grande operação para exterminar coelhos e 'murganhos', responsáveis pela destruição de 'habitats'. E hoje a Selvagem Grande é a maior ilha do mundo onde o 'murganho' está, de todo, erradicado.
Um dos trabalhos que biólogos e os vigilantes da natureza têm agora a seu cargo é precisamente defender as espécies que ali nidificam. Uma delas é a Cagarra que nesta altura está no ninho. Aquela ave põe apenas um ovo por ano e leva dois meses para chocar. Por isso se entende que invista tanto nessa única postura. Em toda a extensão da ilha procuram locais abrigados do vento constante que se faz sentir e ficam ali, imperturbáveis, mesmo perante a presença humana. Uma delas chegou ontem a ser retirada do ninho para receber uma anilha e ser baptizada com o nome de 'Força Aérea', em homenagem àquele ramo das Forças Armadas que este ano comemorou o seu 58º aniversário na Madeira. Mas para lá regressou, aparentemente sem se importar muito com a situação.
A presença humana é, aliás, uma constante naquela ilha. São poucos de cada vez, mas garantem um trabalho continuado de protecção, vigilância e estudo das espécies.
Carlos Santos, um dos vigilantes, diz que viver três semanas ou mais numa ilha deserta é algo a que a cabeça e o corpo se habituam.  A distância e o isolamento podem ser complicados, mas quem escolhe aquela vida já sabe ao que vai. E, para mais, a verdade é que gostam do que fazem.  Mesmo quando o mar se 'irrita' e prolonga o tempo de serviço. Carlos Santos, por exemplo, já ficou nas Selvagens 22 dias seguidos, mas houve quem ficasse mais.
Agora, as coisas estão facilitadas. Os espanhóis nunca mais apareceram e a pesca clandestina está em 'maré baixa'. Até porque a zona está interdita à pesca, porque apareceu na zona uma alga venenosa,     que não tem qualquer implicação nos peixes, mas traz muitos problemas de saúde aos humanos. E é assim que, em tempo de bonança, se vive na Selvagem Grande, numa espera calma pela nascer das novas Cagarras que renovam o ciclo da vida nas ilhas mais a sul do território.

9 de julho de 2010

Reafirmação da soberania portuguesa


Visita às Ilhas Selvagens do Ministro da Defesa

Com a visita do Ministro da Defesa Nacional, do Presidente da Câmara do Funchal e de membros do Governo Regional da Madeira, entre outras personalidades que estiveram presentes na inauguração de um marco da Força Aérea Portuguesa na Selvagem Grande, Portugal reconfirmou a sua soberania sobre aquele arquipélago que é a fronteira mais a sul do território nacional.

FOTOS RAQUEL GONÇALVES

Diário de Notícias da Madeira


Novas espécies encontradas nas Selvagens

Actualizado em Dom, 20/06/2010 - 02:00.
Depois de uma semana de trabalho já foram detectadas novas espécies na fauna e flora marinha das Selvagens.Desde 9 de Junho que investigadores de várias áreas estão a passar ‘a pente fino’ o Arquipélago.Até agora os trabalhos concentraram-se na Selvagem Pequena, tanto em terra como no mar. Aqui foram descobertos registos novos para as Selvagens, “espécies que não estavam dadas para este local”, explicou Mónica Albuquerque, da Estrutura de Missão Para a Extensão da Plataforma Continental, e responsável pela missão em terra.

7 de julho de 2010

ROV Luso


Veículo deverá investigar estrutura geológica em forma de ovo estrelado

Robô submarino Luso funciona sem problemas depois de resgatado

O Ovo Estrelado é a estrutura geológica que o Luso vai investigar
07.07.2010 - 18:06 Por Teresa Firmino
Os sistemas do veículo submarino Luso encontram-se a funcionar sem problemas, disse hoje Manuel Pinto de Abreu, o responsável pela Estrutura de Missão e Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), que comprou este aparelho não tripulado. Se, no final de todas as verificações, se confirmar que não existem anomalias, o veículo irá mergulhar numa estrutura geológica em forma de ovo estrelado, a sul dos Açores.
O Ovo Estrelado é a estrutura geológica que o Luso vai investigar (EMEPC)
Desde ontem que estão em curso várias verificações de segurança, depois de o veículo ter sido recuperado do fundo do mar ao largo das ilhas Selvagens, onde se afundou ao ter-se separado do cabo que o ligava ao navio “Almirante Gago Coutinho” . “Foi todo desmontado e espera-se levar mais dois dias até fazer as verificações todas", diz Pinto de Abreu. O que esteve na origem da separação do cabo é que continua a ser um mistério: “Estamos a investigar. Houve a acção de um elemento exterior sobre o ROV [sigla inglesa de veículo operado remotamente]. Não sabemos o que pode ter sido.” Se os procedimentos de segurança acabarem por não revelar de facto quaisquer problemas, na sexta-feira o Luso deverá seguir a bordo do “Almirante Gago Coutinho”, que já chegou ao Funchal, para a missão que estava programada nesta altura do ano. Irá mergulhar até a uma estrutura geológica a dois mil metros de profundidade, e cerca de 150 quilómetros a sul dos Açores: com o formato de um ovo estrelado (na imagem em tom de azul, à esquerda). A origem desta formação tem intrigado os cientistas. A sua forma, relativamente circular, tem seis quilómetros de diâmetro e no centro apresenta uma elevação, como se fosse uma gema de ovo, com três quilómetros de diâmetro. A estrutura foi descoberta no ano passado, quando as equipas da EMEPC olharam para os dados sobre a morfologia do fundo do mar, recolhidos através de uma sonda com múltiplos feixes sonoros que permite construir mapas de grande resolução do revelo. Detectaram o Ovo Estrelado, como lhe chamaram, e logo foram sendo lançadas hipóteses sobre a sua origem. Será que é a cratera de impacto de um meteorito? Será que é um vulcão de lama, formações que, em vez de lava, expelem sedimentos finos carregados de metano, como as que existem no golfo de Cádis, ou com outra fonte energética?A ideia é que o Luso mergulhe aí pela primeira vez, e ajude a desvendar a natureza do Ovo Estrelado.

AUGUSTO SANTOS SILVA

Madeira: marco da Força Aérea Portuguesa nas Selvagens é afirmação da soberania portuguesa

por Agência Lusa, Publicado em 04 de Julho de 2010   

O ministro da DefesaAugusto Santos Silva, disse hoje que o marco da Força Aérea Portuguesa erguido nas ilhas Selvagens expressava “uma maneira de marcar a soberania portuguesa” no território mais a sul de Portugal.
“É uma maneira de marcar a soberania portuguesa mas é sobretudo uma maneira de marcar a capacidade que nós temos de assumir as responsabilidades que decorrem da soberania”, disse o governante português, sublinhando que não existe “qualquer questão” relacionada com a soberania em torno das Selvagens ou de outra parte qualquer do território nacional.
Santos Silva inaugurou hoje o monumento alusivo aos 58 anos da Força Aérea Portuguesa na parte mais a sul do território português.
“O que nós estamos hoje aqui a marcar com este evento é o facto dessa capacidade, agora acrescida designadamente com o novo helicóptero Merlin, cujo nível de autonomia, capacidade de transporte, prontidão fazem com que seja hoje à Força Aérea Portuguesa muito mais fácil e muito mais efetiva a sua responsabilidade na assunção da soberania”, declarou.
Para Santos Silva, “assumir as responsabilidades de soberania significa também disponibilizar ao país mais recursos em matérias tão essenciais como a biodiversidade, a exploração racional e sustentável dos seus recursos sendo as ilhas Selvagens parque natural, constituem um desses recursos e também aí a Força Aérea Portuguesa tem um contributo a dar”.
“Usando os mesmos recursos, protegemos e salvamos a vida humana, valorizamos os nossos recursos, valorizamos o nosso território e contribuímos para outras finalidades do desenvolvimento português como por exemplo a sustentabilidade ambiental, é este casamento entre soberania e defesa de um lado, desenvolvimento sustentável por outro que nós estamos, a marcar, aqui, hoje”, concluiu.
No âmbito destas comemorações, em que participaram o Chefe do Estado-Maior da Foca Aérea Portuguesa, general Luís Araújo, o secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro, o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Albuquerque e o diretor do Parque Natural da Madeira, Paulo Oliveira, entre outras entidades, foi também anilhada uma cagarra – ave típica deste local – com o nome de Força Aérea.
Devido à sua proximidade às ilhas Canárias, têm sido cobiçadas por Espanha cujo governo, em 1911, chegou mesmo a declarar a sua incorporação no arquipélago espanhol mas, em 1938, a Comissão Permanente de Direito Marítimo Internacional veio confirmar a soberania portuguesa daquelas ilhas.
Num gesto de reafirmação da soberania portuguesa das ilhas, as Selvagens foram já visitadas pelos presidentes da República Mário Soares e Jorge Sampaio e, recentemente, foram palco de uma missão científica no âmbito da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) de Portugal para além das 200 milhas náuticas.

Público


Robô submarino Luso recuperado hoje do fundo do mar

06.07.2010 - 11:37 Por Teresa Firmino
O veículo submarino não tripulado Luso, que se tinha afundado ao largo da Selvagem Grande, ilha do arquipélago da Madeira, foi recuperado esta manhã do fundo do mar, depois de uma primeira tentativa falhada levada a cabo anteontem. Foi resgatado às 11h. Está agora a bordo do navio oceanográfico “Almirante Gago Coutinho”, da Marinha portuguesa.

O Luso encontrava-se numa expedição às ilhas Selvagens, a 163 milhas a sul da Madeira, com o objectivo de inventariar a sua biodiversidade marinha. Na noite de 23 de Junho, quando regressava ao navio de um mergulho a cerca de 600 metros de profundidade, o cabo que ligava o Luso ao “Almirante Gago Coutinho” partiu-se e o veículo afundou-se. O que esteve na origem do problema não está ainda esclarecido. Na operação de recuperação esteve envolvido outro robô submarino não tripulado pertencente à empresa norueguesa que vendeu o Luso a Portugal, em 2008. Anteontem, fez-se a primeira tentativa de resgate com a ajuda do veículo norueguês, que desceu até junto do aparelho português para soltar a sua alça de recuperação de emergência, a que depois prendeu um cabo com o seu braço robotizado. Desta forma, o Luso, veículo operado remotamente (ou ROV) a partir do “Almirante Gago Coutinho”, e que consegue mergulhar até seis mil metros, ainda chegou a ser trazido quase até à superfície e pouco faltou para que regressasse ao convés do navio. “Mas o gancho próprio para a recuperação trazido pelos noruegueses não funcionou bem e o ROV perdeu-se”, explica Paulo Neves Coelho, da Estrutura de Missão e Extensão da Plataforma Continental, que comprou o Luso. O problema foi que, na segunda ida ao fundo, o ROV português já não emitia um sinal acústico, que permitiria saber a sua localização exacta. “As baterias gastaram-se. Tínhamos uma ideia do percurso para baixo, que não é linear. É como largar uma folha de papel de um quarto andar: vai andando por ali. Desconfiava-se que estava num raio de 250 metros.”Foi portanto necessário procurar o Luso lá em baixo, através de uma sonda com múltiplos feixes sonoros no navio, que indicou vários ecos de dimensão equivalente ao Luso. Entrou em seguida em acção o ROV norueguês para ver se algum desses ecos correspondia ao veículo português e, ao final da tarde de ontem, o Luso era localizado. Para que a segunda tentativa de recuperação não ocorresse de noite, as operações foram retomadas apenas esta manhã, agora com sucesso.

5 de julho de 2010

Público


Aparelho continua a cerca de 600 metros de profundidade

Falhou a primeira tentativa de recuperação do robô submarino Luso


05.07.2010 -  Por Teresa Firmino

A primeira tentativa de resgate do robô submarino Luso, que se afundou ao largo da Selvagem Grande, ilha do arquipélago da Madeira, terminou ontem sem sucesso. As operações de recuperação do veículo não tripulado reiniciaram-se hoje por volta das 14h30 e deverão prolongar-se por várias horas, disse Manuel Pinto de Abreu, responsável pela Estrutura de Missão e Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), que comprou o aparelho em 2008.
O Luso continua encalhado a cerca de 600 metros de profundidade
O Luso continua encalhado a cerca de 600 metros de profundidade (DR)
O Luso encontrava-se numa grande expedição às ilhas Selvagens, a 163 milhas a sul da Madeira, com o objectivo de inventariar a sua biodiversidade marinha, tanto em terra como no mar. Além dos navios “Almirante Gago Coutinho”, “Creoula” e “Vera Cruz”, a expedição, que terminou na última terça-feira, teve a participação de cerca de 70 investigadores, muitos dos quais envolvidos em mergulhos diários ao largo das ilhas para fazer o levantamento da vida marinha. 
Ao robô submarino, comandado à distância do navio “Almirante Gago Coutinho”, através de um cabo que funciona como um cordão umbilical, por onde também se acede à informação recolhida em tempo real, cabia ir mais fundo nos mergulhos, para recolher por exemplo espécimes biológicos e sedimentos. 
O Luso é um veículo operado remotamente (ou ROV, na sigla inglesa), pelo que não tem tripulantes, e é capaz de descer a 6000 metros de profundidade. O sistema custou três milhões de euros no total, com o veículo propriamente dito a ficar em cerca de 600 mil euros, segundo Pinto de Abreu. 
O aparelho fazia o quarto mergulho da missão, a 23 de Junho, quando o cabo que o ligava ao navio se separou e afundou-se. Ficou a 615 metros de profundidade, ao lado da Selvagem Grande. 
O mergulho tinha-se iniciado pelas 17h45 e o veículo já se encontrava na fase da subida, de regresso ao navio, quando por volta das 22h50 tudo aconteceu. Momentos antes, a 130 metros de profundidade, fez-se uma paragem para se recolher amostras de água. 
Quando a subida foi reiniciada, a equipa que comandava o veículo no navio perdeu todas as comunicações, pelo que também deixou de receber as imagens que as câmaras do ROV iam mostrando da subida. Mas, até aí, as câmaras não mostravam nada que pudesse representar perigo para o veículo, refere Pinto de Abreu. 
Não se sabe portanto o que originou a separação do Luso, mas o mesmo responsável menciona que no cabo faltam 1,50 metros. “Não sabemos o que se passou na coluna de água.
A recuperação está agora a ser feita com outro ROV da mesma empresa norueguesa que vendeu o Luso a Portugal, a Argus Remote Systems. 
Ontem, esse outro veículo desceu até junto do ROV português e soltou a sua alça de recuperação de emergência, a que depois prendeu um cabo. Desta forma, o Luso foi trazido quase até à superfície e pouco faltou para que regressasse ao convés do “Almirante Gago Coutinho”. O problema foi a ondulação, que levou a que o sistema de acoplamento não funcionasse bem. O Luso soltou-se e regressou aos 600 metros de profundidade. 

4 de julho de 2010

Correio da Manhã


Arquipélago da Madeira

Submarino pode vir hoje à superfície

O submarino português não-tripulado ROV ‘Luso’ poderá hoje vir à superfície, caso seja concluído com êxito o trabalho de resgate a bordo do navio ‘Almirante Gago Coutinho’, que ontem se deslocava para o local ao largo das ilhas Selvagens (Madeira), onde desapareceu o aparelho.
Por:J.S. 
O resgate será efectuado com recurso ao submarino não--tripulado norueguês que segue a bordo do navio e que, após ser lançado ao oceano, irá prender um cabo ao ROV ‘Luso’ para permitir que seja içado. O submarino português não-tripulado integra a missão de estudo do fundo do mar realizada ao largo das ilhas Selvagens. Um acidente fez com o que o cabo que o ligava ao navio se partisse, encontrando-se agora no fundo do oceano Atlântico, a 600 metros de profundidade.
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